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14 de abr. de 2011

MEGA EVENTOS NO RIO E OS MOVIMENTOS SOCIAIS

Megaeventos como a Copa do Mundo de Futebol e os Jogos Olímpicos estão associados, hoje em dia, à execução de grandes projetos de intervenção urbana. A organização desses grandes eventos passa a fazer parte de um tipo de modelo de planejamento urbano, o “empresariamento urbano”. Intervenções pontuais, capazes de estimular uma renovação urbana e o aburguesamento em diferentes áreas de cidade, são parte fundamental da estratégia do empresariamento urbano. Essas áreas da cidade, valorizadas por obras de infra-estrutura e pela proximidade de equipamentos esportivos, para atrair investimentos e novos negócios, tornam-se palco de despejos e remoções dos moradores pobres, de rua e de habitações irregulares, da repressão aos trabalhadores de rua, ambulantes etc. A cidade também precisa ser livre de conflitos e, para tanto, a repressão policial objetiva intimidar e impedir as manifestações dos críticos e atingidos pelas mudanças.

*Copa, Olimpíadas e o Rio de Janeiro*

No Rio de Janeiro, os efeitos desse modelo já podem ser percebidos. Todos os projetos de intervenção urbana são voltados para os megaeventos esportivos. Afinal, serão alguns dias de grande divulgação da imagem da cidade, e a propaganda é a alma do negócio. O que está sendo negociado, porém, é bem concreto: são os terrenos públicos e privados que poderiam ser usados para habitação popular. Estão sendo negociadas isenções de impostos para os investimentos do capital, enquanto faltam recursos para saúde e educação.

 

Estão sendo negociados novas leis e parâmetros urbanísticos que atendam às grandes cadeias internacionais de hotéis, e que garantam também que os pobres serão removidos para bem longe. Estão sendo negociados mais uma reforma do Maracanã, outra do Sambódromo, além da construção, com dinheiro público, de vilas olímpicas para atletas, árbitros, mídia etc, de forma que as construtoras recebam todos os benefícios, aluguem esses quartos para o poder público antes e durante os eventos, e depois os vendam para os ricos e especuladores. Planejamento? Apenas para a elaboração de um cardápio de possíveis intervenções urbanas que serão postas em prática conforme o capital compre ou não cada projeto, através das parcerias público privadas (PPPs). Democracia? Apenas para o capital, que diretamente decide o que e onde será realizado, construído ou utilizado na e da cidade.

 

Em suma, está sendo negociada a cidade, e com ela todos seus recursos e os direitos dos seus moradores e trabalhadores. E, se flexibilização e desregulamentação são palavras mágicas para o capital e o neoliberalismo, elas são, agora, aplicadas também às cidades. Argumentam que vivemos um momento excepcional, que prazos para obras precisam ser cumpridos para que o Rio e o Brasil não passem vergonha. O resultado é a instauração de uma cidade de exceção. Cidade onde leis de licitações, limites de endividamento, leis que regulam os parâmetros urbanos, leis fiscais, ambientais, e mesmo as garantias dos direitos individuais e coletivos são flexibilizadas conforme o gosto do freguês (investidores).

 

E, se o objetivo são os negócios, não esqueçamos: “amigos, amigos… negócios à parte”. Pois, se o objetivo é uma cidade amigável aos negócios e o capital, a cidade não será amigável aos seus moradores e trabalhadores.

 

Vejamos: estão previstas remoções de 130 favelas até as Olimpíadas. Para a construção de 3 grandes vias rodoviárias (Transcarioca, Transoeste e Transolímpica) serão necessários milhares de despejos, que estão sendo realizados, sobretudo na região de Jacaré Paguá, sem o mínimo de respeito aos direitos de moradia e aos direitos humanos. Os 73 terrenos do Metrô, todos em áreas com infraestrutura, ao invés de usados para habitação

popular, serão vendidos para fazer caixa para o metrô prometido ao COI. A Zona portuária carioca, onde cerca de 70% do solo é público, também entrou nos planos Olímpicos, para reforçar o projeto de aburguesamento da região. A política de segurança, o que inclui as UPPs, tem como prioridade criar zonas de paz (e de muros) nos entornos dos equipamentos esportivos, nas vias de acesso dos turistas, e nas áreas valorizadas ou em vias de valorização. E, por falar em segurança, lembremos: os jogos Pan-americanos no Rio, em 2007, começaram com o massacre no Alemão. E isso não foi mera coincidência: foi a política do circo que, no nosso caso, tem como acompanhamento o pau em vez do pão.

Já que estamos falando nisso: alguém acha que é coincidência o fato de termos no Rio uma coalizão de poder envolvendo as 3 esferas de governo: federal, estadual e municipal ? Ou acha que é por acaso que 90 (ou 91) dos 92 prefeitos do Estado do Rio tenham apoiado a reeleição do Governador ? Não, isso não é mera coincidência. Essa é uma das expressões da unidade da classe dominante aqui. Unidade essa que há uns 50 anos não existia (se é que existiu algum dia). E essa unidade tem como um de seus pilares o projeto de fazer da cidade do Rio uma cidade global (da periferia do capitalismo), e para tal é fundamental a realização dos megaeventos esportivos.

Segundo a teoria, as cidades globais concentram sedes de empresas transnacionais, precisam ter hotéis, serviços e equipamentos de 1ª classe para os homens de negócios. Precisam ter também uma excelente infraestrutura para essas empresas, tanto na área de comunicações como aeroportos, segurança etc. E precisam ter também condições atrativas para as empresas, como isenção de impostos, oferta de terrenos com infraestrutura e baixo preço, mão de obra barata etc. Não é a toa que vemos serem desengavetados projetos impopulares como as privatizações de aeroportos, da saúde, através das terceirizações nas emergências de hospitais, propostas de aumento da cidade de aposentadoria dos professores etc. E tudo em nome da Copa e das Olimpíadas! Novamente segundo essa teoria, alguns dos efeitos desse modelo tão almejado são o aumento da desigualdade social e econômica e da segregação espacial. Mas alguém acha que isso é um problema para a classe dominante?

Para pôr tudo isso em prática, é preciso convencer disso também os trabalhadores, os pobres e até mesmo os movimentos sociais, sindicais etc. E nada melhor do que o clima criado pelos grandes eventos esportivos para

isso. Ou ninguém lembra das festas de rua para comemorar a vitória do Rio e do Brasil pelo direito de ser sede das Olimpíadas? Megaeventos servem também para difusão de um “patriotismo da cidade”, que visa angariar apoio popular ao projeto da classe dominante, e assim para evitar e criminalizar as críticas, os conflitos urbanos, trabalhistas, fortalecendo ainda mais a cidade de exceção. Afinal, argumentam mídia e governos: remoções, despejos, obras faraônicas e desnecessárias, muros em favelas etc estão a serviço de um bem maior e, se alguém se insurge contra essas coisas, está contra o progresso, a cidade e o espírito olímpico !!!

Coerção e consentimento, criminalização dos pobres e patriotismo da cidade. Eis a velha fórmula de hegemonia. Mesmo assim, há aqueles que resistem. E a resistência a megaeventos tem feito história. E essa história é escrita através dos conflitos e pelos movimentos sociais.

*PAN Rio 2007: Manifestações e Manifestantes. ***

Com a realização do PAN 2007 no Rio, muitas manifestações, antes, durante e depois do evento foram realizadas. Foram organizadas por movimentos que representavam grupos sociais diretamente ou indiretamente atingidos pelo evento. As obras relativas aos Jogos; as prioridades orçamentárias das três  esferas do Estado; e a política de segurança implementada durante o PAN e as remoções foram, entre outros, fatores que atingiram diferentes segmentos da população. Mas, existiram também aqueles que aproveitaram a ocorrência do PAN para realizarem manifestações: que usaram o PAN como arena para dar mais visibilidade às suas lutas e reivindicações. A articulação desses movimentos e entidades resultou na construção de uma ampla rede de entidades e movimentos sociais. Essa articulação de movimentos sociais no Rio de Janeiro se deu, em um primeiro momento, através do Comitê Social do PAN. Depois, quando passou a organizar um conjunto maior de movimentos e entidades, através da Plenária de Movimentos Sociais (PMS-RJ).

Agora, 4 anos depois do PAN e alguns ainda antes da Copa do Mundo e das Olimpíadas, podemos aprender com a experiência recente de nossas lutas. No caso do PAN 2007, o legado para a população, em matéria de obras e equipamentos, foi praticamente nenhum, enquanto os custos foram bastante altos. Já do ponto de vista das lutas sociais, os legados foram significativos. E serão mais ainda se, agora, servirem não apenas às lutas no Rio, mas também a todos os lutadores das cidades sedes da Copa do Mundo de 2014. Os comitês populares da Copa estão sendo criados. Porto Alegre, Fortaleza, Brasília, Belo Horizonte são algumas das cidades onde já existem.

 

No Rio, o comitê popular é da Copa e Olimpíadas. Cabe a todos nós participar desses comitês, preparando a resistência para impedir que o circo aqui montado não venha acompanhado de mais pau nos trabalhadores e setores mais vulneráveis de nossa cidade.

13 de abr. de 2011

EIKE BATISTA LANÇA BOLSA DE ENERGIA E FUTUROS NO BRASIL

As tentativas foram tantas, e todas frustradas, que parecia improvável que uma bolsa de valores para a comercialização de contratos de energia fosse lançada no Brasil tão cedo. Mas nada tão improvável poderia resistir a uma parceria inusitada entre os empresários Eike Batista, Josué Gomes da Silva, da Coteminas, Roberto Teixeira da Costa e Marcelo Parodi, da Compass Comercializadora de Energia. Todos eles, junto com a Intercontinental Exchange (ICE), anunciam amanhã a criação da BRIX, a bolsa brasileira de energia e futuros.

 

As empresas tentaram tratar do assunto com toda confidencialidade e criaram um suspense ao dizer tão somente, em seu convite para imprensa, que iriam anunciar um novo negócio que traria contribuição para o setor de infraestrutura no Brasil. Mas os pedidos de registros de marcas no Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI), nas classes de serviços financeiros, não deixam dúvidas. Dois nomes foram registrados pela Compass, já em setembro do ano passado. Um deles é BRIX Energia e Futuros e o outro BRIX Brasil Intercontinental Exchange.

 

Será sobre a plataforma eletrônica da bolsa global ICE que nascerá a bolsa brasileira de energia. A ICE opera com commodities e nos mercados de derivativos de energia. Já está presente no Brasil desde 2009, com a instalação de telas de acesso a seu sistema de negociação via unidade americana. No início do ano, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) autorizou a instalação de telas da ICE Futures Europa no Brasil.

 

Inicialmente, a ideia é negociar apenas contratos bilaterais e de curto prazo, os Brixs Spot. Isso imediatamente traria ao mercado de energia um patamar médio de ágio dos preços da energia em relação à Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

 

Se comparado ao mercado financeiro, seria uma espécie de balcão organizado dos diversos leilões que já acontecem e envolvem geradores, comercializadores e consumidores livres de energia. Esses pequenos leilões servem para suprir consumidores que estão sem lastro na CCEE, que faz a liquidação financeira do consumo de energia do país.

 

Na segunda fase do projeto da BRIX ainda haveria contratos bilaterais, mas de mais longo prazo. A terceira fase partiria para a negociação multilateral em si, como acontecem em contratos de mercados futuros tradicionais. Com o desenvolvimento de mercado, o objetivo ainda é criar uma clearing, que serviria para garantir os negócios.

 

O nascimento e todo o planejamento que circunda a bolsa de energia e futuros é parecido com o caminho que foi percorrido pela BM&F com seus contratos de juros, dólar e commodities em geral. A própria BM&F chegou a ser procurada por agentes do setor elétrico para tentar criar um contrato de energia futuro, mas as negociações não evoluíram. A Brix ocupará um espaço não aproveitado pela bolsa brasileira. A CPFL, uma das maiores comercializadoras do país, já tentou reunir grandes geradores e consumidores e não teve sucesso.

 

A bolsa de futuros de Eike, que tem em seu "portfólio X" uma empresa de energia, tem um grande desafio pela frente para tornar o negócio viável. A começar pela resistência das comercializadoras de energia que fazem a intermediação de negócios entre consumidores livres e geradores. Hoje esse mercado não tem liquidez nem transparência. Pouco se sabe sobre os valores dos contratos de energia fechados bilateralmente. Alguns chegam a dizer que se faz uma verdadeira "lavagem de energia" em alguns casos, principalmente em estatais. A bolsa traria mais transparência e também referência de preço.

 

Os preços do mercado livre estão muito ligados ao chamado Preço da Liquidação das Diferenças (PLD), usado pela CCEE ao fazer a liquidação financeira do consumo de energia. Mas esse PLD tem grande oscilação. Chegou a cotar o MWh em R$ 200, no segundo semestre do ano passado, em função da escassez das chuvas. Nesta semana, o MWh está a R$ 12,98. O PLD também está muito atrelado a decisões de governo, como a de retirar ou não térmicas ou hidrelétricas atrasadas do planejamento.

 

Fonte: Redação TN / Valor Online Data: 13/04/2011 11:09

12 de abr. de 2011

UNIÃO EUROPÉIA QUER PARTICIPAÇÃO DA INICIATIVA PRIVADA

Temendo futuros cortes nos orçamentos nacionais, principalmente nos Estados Unidos, a União Européia recomendou nesta semana que a iniciativa privada providencie boa parte dos US$ 100 bilhões por ano em ajuda climática prometidos na Conferência do Clima de Cancún (COP-16).

 

“Muitas economias irão passar por sérias restrições no orçamento nos próximos anos, assim ficará muito difícil levantar a quantia necessária contando apenas com recursos públicos. Precisamos de novas fontes, em especial da iniciativa privada e dos mercados de carbono”, explicou Olli Rehn, comissário europeu para Economia e Assuntos Monetários.

 

Além de estar se referindo à crise em alguns países europeus, como Portugal e Grécia, Rehn também prevê uma redução na participação dos Estados Unidos e do Japão no Fundo.

 

O presidente Barack Obama nesta semana teve que abrir mão de US$ 38,5 bilhões do orçamento para conseguir um acordo com os republicanos, caso contrário o país ficaria completamente paralisado. Já o Japão sofre com as consequências do terremoto seguido de tsunami e com a crise nuclear, dessa forma dificilmente irá contribuir para o Fundo.

 

De acordo com um relatório divulgado durante a rodada de negociações de Bangcoc, os países mais pobres e vulneráveis com certeza não conseguirão lidar com as mudanças climáticas se não contarem com o financiamento estrangeiro. A União Européia já assumiu o compromisso de entrar com US$ 30 bilhões para o Fundo Climático.

 

Fonte:  Redação TN / Fabiano Ávila, Intituto CarbonoBrasil - Data: 12/04/2011 12:49

5 de abr. de 2011

NOTICIAS MDL SUSTENTAVEL

Negociações em Bangcoc começam em tom de urgência

Preocupação com o Japão e com o futuro da energia nuclear já se faz sentir na rodada climática da ONU, que teve início nesta segunda-feira com o apelo da presidente do UNFCCC de que está na hora de implementar as ações prometidas em Cancún
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Projeto de REDD beneficiará mil famílias na Colômbia

Iniciativa de conservação florestal na comunidade de Acandi busca certificação internacional no mecanismo de Redução das Emissões por Desmatamento e Degradação e deve promover o desenvolvimento sustentável da região
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ONU retoma negociações climáticas na próxima semana

Bangcoc receberá ministros e representantes de 200 países a partir desta segunda-feira para a primeira rodada do clima de 2011 e todos se perguntam se o desastre nuclear pode fazer com que o Japão altere sua postura com relação ao Protocolo de Quioto
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Obama anuncia política de apoio às energias renováveis

Presidente norte-americano quer reduzir em um terço a importação de petróleo nos próximos dez anos através de incentivos para a exploração de gás natural, desenvolvimento de fontes limpas e programas de eficiência energética
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Cidades não estão prontas para as mudanças climáticas

ONU alerta que o atu al modelo de urbanização está em rota de colisão com o clima e que se os governos não agirem rapidamente o aquecimento global poderá fazer com que 200 milhões de pessoas fiquem desabrigadas até 2050
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Fonte: Carbono Brasil

NOTICIAS MDL SUTENTAVEL

1. Jogo pesado em Bancock

 

O que esperar das negociações internacionais sobre clima na próxima sessão da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima

 

Bancock

 

Está prestes a começar a primeira reunião de negociações da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (CQNUMC) após a 16ª Conferência das Partes em Cancun CoP-16[1], em dezembro de 2010. Esta reunião Intersessional acontecerá na unidade permanente das Nações Unidas em Bancoque nos dias 3 a 8 de abril. As agendas oficias[2] do Grupo de Trabalho Ad Hoc para Ação Cooperativa de Longo Prazo (AWG-LCA, em inglês) e do Grupo de Trabalho Ad Hoc para o Protocolo de Quioto[3] podem ser vistas no site da CQNUMC[i]. Mas, uma leitura atenta e objetiva das agendas não transmite, nem de longe, o que está em jogo em Bancoque.

 

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2. Fundo desembolsará 229 milhões em 2011

 

Na segunda reunião ordinária do Comitê Gestor do Fundo Nacional sobre Mudança de Clima, ocorrida em 17 de março, em Brasília, foi apresentada e aprovada a proposta de aplicação de recursos para 2011, sendo duzentos milhões de reais na categoria de aplicação reembolsável (financiamento) e pouco mais de 29 milhões na concessão (doação) de recursos. Estiveram presentes como representantes de ONGs Rubens Born (do Vitae Civilis, em nome do GT Clima/FBOMS) e Fernanda Carvalho (The Nature Conservancy / Observatório do Clima).

 

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FONTE: Vita e Civilis

 

PUBLICAÇÕES

 

Inventário de GEE: lição de casa

 

http://www.ambienteenergia.com.br/wp-content/uploads/2011/04/inventario-gee-eletrobras-2010.jpgMatriz Limpa - O documento traz informações que se referem ao ano de 2009 e compreendem as emissões dos seguintes gases causadores do efeito estufa (GEE): dióxido de Carbono (CO2), metano (CH4), óxido nitroso (N2O) e hexafluoreto de enxofre (SF6). Estas emissões foram calculadas considerando-se dez das empresas Eletrobras: CGTEE, Furnas, Chesf, Eletronorte, Eletronuclear, Eletrosul, Amazonas Energia, Itaipu, Cepel e Eletrobras (holding).

O Inventário de Emissões de GEE das empresas Eletrobras segue a metodologia do IPCC (2006) e as diretrizes do GHG Protocol – padrão corporativo de contabilização e comunicação de emissões de gases de efeito estufa reconhecido internacionalmente e a ferramenta mais utilizada mundialmente para sua quantificação.

 

Clique para baixar o Inventário de Emissões de GEE das empresas Eletrobras (146)

Fonte: Ambiente Energia

 

SP PODERÁ DOBRAR, ATÉ 2020, EMISSÕES DE GÁS CARBÔNICO

O governo do Estado de São Paulo apresentou ontem, na primeira reunião do Conselho Estadual de Energia, as perspectivas da matriz energética do Estado até 2035. Um dado foi considerado alarmante pelo próprio governo: a expectativa é que as emissões de gás carbônico quase dobrem em 2020, comparado às emissões registradas em 2005. Isso fere diretamente a Política Estadual de Mudanças Climáticas, estabelecida por meio de decreto há seis anos, e que exige uma redução global de 20% das emissões de CO2 até 2020.

O secretário de Energia do Estado, José Aníbal, que assumiu a pasta em janeiro deste ano, diz que será grande o desafio do governo para criar condições de reduções. Segundo Aníbal, várias alternativas estão sendo estudadas, desde a troca de combustível dos ônibus que circulam nas cidades até o incentivo fiscal para produção de energia de biomassa, passando ainda por uma política de reciclagem de resíduos sólidos e incentivos a aterros sanitários, que usem o lixo para produzir energia.

Além disso, discutirá com as distribuidoras de energia como ter programas efetivos de eficiência energética. Mas todas essas medidas estão ainda em fase de estudos. "Teremos que estabelecer metas para períodos mais curtos e assim viabilizar a redução prevista na legislação", disse Aníbal.

O estudo da matriz energética foi feita pela consultoria Andrade & Canellas junto com a equipe anterior do governo estadual, quando José Serra (PSDB) era governador. Apesar do cenário traçado, em que as emissões aumentam significativamente, o estudo mostra entretanto que crescem em menor proporção do que a economia, o que já é considerado um alento.

A equipe econômica do governo está estudando um diferimento de ICMS para as usinas de açúcar e álcool e de geração de energia a partir do bagaço da cana, segundo o secretário. Mas o maior entrave está no setor de transporte, o maior emissor de gás carbônico.

A solução proposta no relatório da matriz energética é que se acelere o processo de substituição do transporte de cargas por meio rodoviário para o ferroviário. Outra proposta é que se incentive o uso de transporte coletivo. De acordo com o relatório, a frota de automóveis, que era de 7 milhões em 2005, atingirá 17 milhões em 2035.

O outro desafio do governo será ampliar a produção de energia elétrica no Estado. Pelos estudos apresentados ontem, São Paulo crescerá em média 3,5% ao ano e a demanda de eletricidade crescerá em média 1,8% ao ano. Mas a oferta aumentará apenas 1,3%, o que significa que o Estado terá que importar energia.

Apesar de o sistema elétrico ser interligado nacionalmente, e por isso não haver compra direta de energia de um ou outro Estado, todos os governos estaduais têm objetivo de produzir energia suficiente em seus Estados.

O governo de São Paulo está propondo descentralizar as decisões do setor elétrico e dar mais poder as agências estaduais. Para isso, Aníbal está empenhado em mobilizar deputados federais e senadores para que se façam estudos que possam levar os Estados a ter mais poder nas decisões energéticas.

Fonte: Valor Econômico - 31/03/2011 - Josette Goulart | De SP

POTENCIAL DA CANA FOMENTA A CIÊNCIA

Piracicaba, Brasil, 4/4/2011 – Após quase cinco séculos sendo utilizada apenas para produção de açúcar e alguns produtos menores, como aguardente, álcool e melaço, a cana-de-açúcar passou a ser, no Brasil, fonte de infindáveis derivados e objeto de múltiplas pesquisas científicas e tecnológicas. O etanol cresceu como outro produto principal nas três últimas décadas, dividindo com o açúcar a sacarose extraída nas moendas. E agora são os dejetos, como bagaço, palha e vinhoto, que ganham protagonismo.

O vinhoto, efluente da destilação do etanol, alimentará as algas microscópicas que produzirão biodiesel dentro de alguns anos, segundo um projeto do Centro de Ciências Agrárias (CCA) da Universidade Federal de São Carlos, localizado em Araras, a 170 quilômetros da cidade de São Paulo. Seus muitos nutrientes acelerarão a proliferação das algas que são ricas em ácidos graxos para elaborar biocombustíveis.

Além disso, serão produzidos fertilizantes, já que “as algas sequestram 64% do potássio presente no vinhoto”, explicou à IPS o chefe do Departamento de Tecnologia Agroindustrial do CCA, Octavio Valsechi. Outra vantagem é evitar a monocultura de oleaginosas em grandes extensões de terra. A dúvida é se seu custo não será superior ao do biodiesel feito a partir de óleos vegetais.

O bagaço é cada dia melhor aproveitado para geração de eletricidade nas mesmas centrais açucareiras. Um Centro de Gaseificação de biomassa, a ser construído nos próximos três anos em Piracicaba, a 160 quilômetros de São Paulo, apresenta perspectivas mais promissoras.

Trata-se de uma usina-piloto para produzir gás de síntese, que pode triplicar a eletricidade gerada pelo bagaço, além de se converter em combustível líquido ou precursor de plásticos, segundo o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), do governo do Estado de São Paulo, que projetou o plano e associou-se a várias entidades públicas e privadas para viabilizá-lo. No mundo já se gaseifica carvão, mas a tecnologia para biomassa só agora será testada em escala industrial.

O potencial elétrico do bagaço ao utilizar a tecnologia atual, de queima direta nas caldeiras, equivale a “uma Itaipu”, em referência ao gigantesco complexo hidrelétrico compartilhado por Brasil e Paraguai com capacidade de 14 mil megawatts, segundo a União da Indústria da Cana-de-Açúcar, que reúne as maiores empresas do setor. Mesmo nesse método tradicional, “estamos perdendo a metade do potencial energético da cana”, porque o bagaço é queimado com muita umidade, lamentou Octavio.

A crescente mecanização da colheita, que será total a partir de 2014 no Estado de São Paulo, com 60% da produção nacional, permite que a palha da cana deixe de ser queimada. Mas, ainda se estuda a melhor maneira de recolhê-la no campo. “De cada cana pode-se retirar tudo o que o petróleo produz”, assegurou à IPS Tadeu Andrade, diretor do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), criado em 1969 pela Copersucar, uma cooperativa de centrais açucareiras paulistas que se expandiu para outros Estados.

É o mais próximo do “moto contínuo (máquina de movimento perpétuo), porque se realimenta”, gerando fertilizantes e a energia para seu próprio cultivo e processamento, além de produzir mais biomassas do que outros grandes cultivos, como milho ou soja, acrescentou. Seu vinhoto, rico em potássio, aduba sua replantação, bem como os resíduos que ficam nos filtros da indústria e a palha deixada no solo, afirmou, reconhecendo que é necessária uma complementação com fertilizantes químicos.

O caldo de cana, antes de ser transformado em açúcar ou etanol, é um substrato que pode ser usado para multiplicar microorganismos que servem a inúmeros produtos, desde polímeros que regeneram ossos, a alimentos, medicamentos e cosméticos variados, além de plasma sanguíneo, disse Octavio, após lamentar a escassez de pesquisadores para a enorme demanda canavieira. O caminho para a energia do hidrogênio pode também estar na cana, afirmou.

A “alcoolquímicia” já avançou muito no Brasil e uma grande indústria petroquímica produz os plásticos denominados “verdes”, por serem biodegradáveis. A cana também permite fazer um tipo de combustível de aviação. A Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer), uma das grandes fabricantes de aviões pequenos e médios de passageiros e outros de uso militar, anunciou para 2012 um voo de teste com um aparelho que utiliza bioquerosene.

 

Essa diversificação dos produtos da cana, impulsionando o conhecimento científico de suas potencialidades, tem origem no Programa Nacional do Álcool (Pró-Álcool), iniciado em 1975 para substituir a gasolina e reduzir a importação de petróleo, cujo preço havia quadruplicado em 1973. Desde então, a colheita brasileira de cana aumentou sete vezes, mitigando a pressão petroleira, mas gerando outros problemas que exigem solução.

O vinhoto, por exemplo, foi um desastre ambiental no começo do Pró-Álcool. Derramado nos rios, matou milhões de peixes na década de 1980 ao retirar-lhes oxigênio. A ameaça diminuiu quando começou a ser usado como fertilizante, ao se descobrir que contém muito potássio.

 

A produção de etanol de cana continua sendo proibida em muitos países latino-americanos, cujos solos já ricos em potássio e lençóis freáticos pouco profundos correm o risco de serem contaminados pela “fertirrigação”, admitiu Octavio, agrônomo especializado em cana-de-açúcar desde sua graduação em 1980. Como cada litro de etanol destilado gera dez litros de efluente, as alternativas para se livrar do vinhoto são muito caras. Por isso as algas que capturam potássio podem ser uma solução.

 

Na Argentina, com um solo com muito alumínio e clima menos favorável do que o do Brasil, é ainda mais difícil produzir etanol a partir da cana, disse Marcos Vieira, também professor do CCA que dirige a brasileira Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroalcooleiro (Ridesa), de pesquisadores financiados pelo governo nacional para melhoria genética da cana.

 

As variedades desenvolvidas pela Ridesa, identificadas pela sigla RB, cobrem hoje 60% dos canaviais do Brasil e contribuíram para elevar a produtividade em 85% por hectare, havendo casos de até 150 toneladas, disse Marcos. Há 35 anos, não se chegava a 50 toneladas por hectare, em média. A Ridesa busca “variedades ecléticas”, que se adaptam a diferentes condições de clima e solo do Brasil, mantendo boa produtividade e resistência a pragas e secas, explicou.

 

Por outro lado, o CTC, que atende prioritariamente seus associados da cooperativa, adotou uma orientação oposta, de desenvolver variedades específicas para diferentes solos e climas. “São 25 combinações edafo-climáticas”, cujos mapas ajudam os agricultores na escolha da variedade mais produtiva para sua terra, explicou Andrade.

 

Mas os avanços genéticos, que colocaram o Brasil em vantagem em relação a outros países produtores de cana, “por si só não melhoram a produção no campo”, reconheceu Tadeu. São necessárias também práticas agronômicas, que se disseminaram em muitos cursos do CTC, e ainda de mecanização. Uma regra adotada nos anos 1980, que define o preço da cana segundo seu índice de sacarose, obrigou os produtores a usar as melhores variedades de cana e técnicas de cultivo, acrescentou.

 

Foi “uma revolução”, segundo o professor universitário Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura e também vinculado ao setor. As pesquisas e o desenvolvimento de novos produtos da cana se estenderam também às grandes empresas, como a norte-americana Amyris, especializada em biotecnologia, que busca no Brasil garantir o fornecimento de cana para produzir combustíveis para aviões, lubrificantes, cosméticos e outros derivados. Envolverde/IPS

(IPS/Envolverde)

 

BIOCOMBUSTÍVEIS-BIODIESEL E BIOQUEROSENE

PARA A PUREZA DO BIODIESEL

A pesquisa em torno do biodiesel vem desde o início do século passado. De lá pra cá, foram muitos estudos para engendrar esta que é a opção de combustível biodegradável, derivado especialmente de fontes renováveis. Porém, o mercado de biodiesel começou a ser estruturado no Brasil somente em 2005, logo depois do lançamento do Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel. Por esse motivo, alguns processos ainda estão em fase de adaptação e testes, seja na questão do abastecimento do veículo ou até mesmo no know-how de produção - como a utilização e o aumento da demanda dos filtros para obter o produto final puro e com qualidade.

O biodiesel substitui total ou parcialmente o óleo diesel de petróleo em motores ciclodiesel auto-motivos (caminhões, tratores, automóveis, entre outros) ou estacionários (geradores de eletricidade, calor etc.). Pode ser usado puro ou misturado ao diesel em diversas proporções. Por exemplo, se a mistura for de 2%, a solução passa a ser denominada de B2, e assim sucessivamente, até chegar ao biodiesel puro, conhecido como B100.

Segundo a ANP – Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, desde 1° de janeiro de 2008, o óleo que for comercializado nos 35 mil revendedores de combustível de todo o Brasil deve conter, obrigatoriamente, 2% de biodiesel. A nova regra foi estabelecida pela resolução n°5 do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), de 8 de outubro de 2007, com base no artigo 2°, da Lei n°11.097/2005.

Há dezenas de espécies vegetais no Brasil das quais se pode produzir o biodiesel, tais como mamona, algodão, dendê (palma), girassol, babaçu, amendoim, pinhão manso, soja, canola, nabo e forrajeiro. “Entre as gorduras animais, destacam-se o sebo bovino, o óleo de peixes e de mocotó, a banha de porco e a gordura de frango.

Os óleos e gorduras residuais, resultantes de processamento doméstico, comercial e industrial, também podem ser utilizados como matéria-prima na produção”, diz o Engenheiro Químico Max Monte Alverne Maia Neto, Consultor em Biocombustíveis e Oleoquímica e Coordenador do Grupo de Trabalho sobre Biocombustíveis na UNISANTA, em Santos.

Algumas das possíveis fontes de óleos e gorduras residuais são lanchonetes e cozinhas industriais (onde há a fritura de produtos alimentícios), esgotos municipais (onde a nata sobrenadante é rica em matéria graxa) e nas águas residuais de processos de indústrias alimentícias. Tudo isso é reciclagem. Na Grande São Paulo, já há diversas campanhas para arrecadação desses tipos de óleos e gorduras, além de empresas como a Bioauto SP, do Grupo CIE Automotive, que coletam e reciclam o óleo de fritura, ajudando na prevenção do que pode vir a ser um grande problema ambiental, já que 1 litro de óleo de fritura pode contaminar até 1 milhão de litros de água. Com a norma do B2, a expectativa é que, segundo a associação, reduza-se a dependência externa do diesel de 7% para 5%, ou uma economia de US$ 410 milhões em divisas na balança comercial. Nos primeiros 6 meses de 2008, a produção foi de mais de 500 mil m³, contra os 402 mil m³ de todo o ano anterior. Desde 2005, a utilização do biodiesel no Brasil vem crescendo vertiginosamente. E, segundo os profissionais do segmento, vamos precisar de muito mais.

PRODUÇÃO

Há basicamente três tipos de processos diferentes para a produção do biodiesel: craqueamento, esterificação e transesterificação - o mais aplicado.

A seqüência tem início com a usina de biodiesel recebendo a matéria-prima na forma bruta ou já refinada. “Na forma bruta, a matéria-prima passa por um sistema de pré-tratamento para adequação da qualidade em termos de acidez, umidade, gomas, dentre outros parâmetros, para então ser encaminhada ao sistema de transesterificação, onde o óleo vegetal ou o sebo bovino são transformados em biodiesel, através da reação catalítica com metanol. Como co-produtos, são produzidos glicerina, ácido graxo, gomas, entre outros. A separação da glicerina do biodiesel, por exemplo, é feita através de decantadores. Já a matéria-prima refinada segue direto para o sistema de transesterificação, uma vez que já está adequada para a produção do biodiesel”, esclarece o Coordenador de Gestão da Produção da Petrobras Bio-combustível, Mauro Silva.

Segundo Max, a transesterificação é o processo mais utilizado atualmente para a produção de biodiesel. “O processo consiste numa reação química dos óleos vegetais ou gorduras de animais com o álcool comum, o etanol, ou o metanol, estimulada por um catalisador, da qual também se extrai a glicerina, produto com aplicações diversas na indústria química”, explica, fazendo um comparativo entre a quantidade de matéria-prima necessária: “Para se ter uma idéia, um quilo de óleo vegetal produz cerca de um litro de biodiesel”.

PRÉ-TRATAMENTO

Os filtros são peças importantes para a retirada de resíduos diversos, tanto da matéria-prima quanto do biodiesel como produto. Para toda essa necessidade, são utilizados diversos tipos de filtros, levando sempre em consideração o tipo do processo, da matéria-prima e do produto final. A necessidade ocorre inicialmente na extração de óleos vegetais, com o filtro prensa para reter sólidos provenientes do processo de prensagem de grãos, assim como na entrada do sistema de pré-tratamento das matérias-primas brutas para retirada de sólidos em suspensão (cascas e fibras). “São utilizados filtros de placas e, como meio filtrante, a terra diatomácea e sílica. São aplicados também filtros para retirada de traços de terra diatomácea, que por ventura passem no processo”, explica Mauro.

Ocorre também no final do sistema de pré-tratamento a instalação de filtros de polimento do óleo tratado, antes de encaminhá-lo para o sistema de transesterificação. “Na etapa de preparação da matéria-prima, utiliza-se filtros pressurizados com placas verticais ou filtros de velas para retenção de sílica no processo de adsorção de sabões, metais e fosfatídeos resultantes do refino do óleo vegetal”, detalha Max. Segundo o Engenheiro Químico, algumas matérias-primas contêm ceras e outros componentes insaponificáveis, que devem ser retirados do óleo vegetal. “Para tal, utiliza-se um processo de resfriamento do óleo, cristalização das ceras e posterior filtragem em filtros resfriados pressurizados horizontais”, explica.

EXCESSO DE ÁGUA

Os óleos utilizados na base do biodiesel são higroscópicos por natureza, ou seja, facilmente absorvem e retêm umidade. Sendo assim, deve ser realizado um controle rigoroso da quantidade de água presente. A solução deste problema é bastante simples: os filtros separadores com mídia composta, tipo Hydrocarbon, têm se mostrado bastante eficientes na redução da quantidade de água aos valores estabelecidos por norma.

Por sua vez, o biodiesel é muito mais higroscópico que o próprio óleo diesel. A presença de água no combustível trará, além de perda de potência (o PCI - poder calorífico - será afetado), danos ao sistema de injeção. Sérgio Monteiro, Gerente Geral da Parker Divisão Filtração, conta que é por conta disso que o Filtro Separador de Água, já presente em todos os caminhões, passa a ter papel fundamental. “A separação da água do biodiesel, assim como no óleo diesel, ocorre por coalescência”, diz Sérgio.

REMOÇÃO DE SÓLIDOS

Na etapa de purificação dos ésteres, alguns processos utilizam a lavagem a seco, que é realizada com a adição de produtos adsorventes ao biodiesel, para remoção de contaminantes, tais como sais, metais, glicerina residual, sabões oriundos da reação do processo de transesterificação. Por sua vez, os produtos adsorventes são removidos através de filtros bolsa em pequena escala, e filtros pressurizados ou filtro de tambor rotativo a vácuo em larga escala. “Os filtros bolsa filtram os óleos vegetais, glicerina e ácidos graxos. É um processo de segurança, quase sempre fornecidos na configuração duplex.

Removem também traços de auxiliares filtrantes não retidos nos filtros de placas”, diz Maurício Biral, da Engenharia de aplicações da Tech Filter.

O Engenheiro Alex Peixoto, da Assistência Técnica da Hydac, explica que além da remoção de sólidos, há ainda a possibilidade de absorção de água livre em certos casos. “Os elementos filtrantes Hydac Betamicron® 4 são compatíveis com alguns tipos de biocombustíveis, podendo ser aplicados sem restrição e com excelente desempenho quando comparados os resultados obtidos com o volume filtrado. Eles poderiam ser utilizados em etapas de filtração mais apuradas na remoção de resíduos sólidos, ainda presentes no processo produtivo do fluido”, esclarece.

POLIMENTO E PURIFICAÇÃO

Terminado o processo de produção e purificação, o biodiesel passa pelo polimento final onde são aplicados os filtros cartucho, antes da estocagem. “Com a finalidade de polir o biodiesel, o filtro cartucho é utilizado após o filtro bolsa ou até substituindo o mesmo”, explica Maurício.

Nesta etapa, filtros coalescentes também podem ser instalados para remoção de traços de água, e filtros de placas com sílica e terra diatomácea para a purificação final do biodiesel.

o processo de recuperação e destilação da glicerina, filtros prensa e de outros tipos são aplicados para a retenção de sais e catalisador oriundos da reação de transesterificação. Após a destilação da glicerina, são utilizados filtros com carvão ativado para branqueamento final da glicerina.

Além dos filtros citados, ao longo de todo o processo são instalados filtros cesto para proteção de bombas e equipamentos. “Os filtros cesto, em tela metálica, são frequentes neste tipo de aplicação. A MAHLE está preparada para atender o mercado com filtros cesto simples e duplex, e com elementos inovadores no mercado que podem utilizar mais de uma parede filtrante e assim aumentar a vazão atendida, sem precisar aumentar o tamanho de carcaça ou até mesmo o número de filtros”, explica Cristobal Lopez Guerra, da Chefia de Engenharia de Aplicação da MAHLE Filtroil. “A empresa tem investido grandes somas na pesquisa de soluções para a separação de óleos e água, com resultados expressivos e com a expectativa de fornecer soluções inovadoras ao mercado de biocombustíveis”, conta.

Na retenção de partículas, pode-se aplicar também os filtros autolimpantes. “A cada dia nossos filtros autolimpantes, concebidos como sistemas à prova de explosão, estão conseguindo reter partículas cada vez menores e, com a vida útil elastecida dos elementos filtrantes e a confiabilidade na automação do sistema, encontrando cada vez mais espaço em diversas etapas da produção dos biocombustíveis”, diz Cristobal.

“Finalmente, no que se refere às utilidades de processos industriais, como vapor, ar comprimido, água de caldeiras, água de processo, tratamento de efluentes, nitrogênio para inertização etc, são amplamente utilizados filtros de diversos tipos como já é de conhecimento geral da área industrial”, comenta Max. Com relação ao reúso de água, os sistemas de água de resfriamento e água gelada são em circuito fechado. “O sistema de geração de vapor possui sistema de recuperação de condensado, minimizando o consumo de água”, esclarece Mauro, da Petrobras. As usinas de biodiesel têm uma Estação de Tratamento de Efluentes para as águas oleosas e demais efluentes líquidos.

TESTE DE FILTROS

Os combustíveis em geral, o biodiesel em particular, estão sujeitos à contaminação pelo meio ambiente e manuseio - durante o transporte, transbordo e estocagem -, já que a umidade presente no ar passa a ser uma séria ameaça à qualidade do biodiesel. Para evitar essa contaminação e, consequentemente, a perda de performance do motor, Sérgio Monteiro, da Parker, explica que é necessária atenção nos postos de abastecimento. “O certo seria que cada posto tivesse um filtro desumidificador, instalado no respiro do tanque. Na verdade, isso deveria acontecer em todas as bombas de combustível”.

Além disso, Sérgio comenta sobre as etapas de manuseio, que contaminam com particulado sólido. “A aplicação dos filtros separadores de água com mídia composta, tipo Hydrocarbon, também tem se mostrado bastante eficiente na redução do particulado sólido e da água, que se agregaram ao combustível nas saídas dos tanques de armazenamento, no momento em que o biodiesel é transferido do tanque da refinaria para o caminhão”, detalha. Adicionalmente, a Parker e o LADETEL, Laboratório de Desenvolvimento de Tecnologias Limpas da USP de Ribeirão Preto, firmaram acordo de cooperação, com objetivo de avaliar o desempenho dos filtros coalescentes separadores de água para os diversos tipos de biodiesel existentes no mercado.

UM NICHO QUE SÓ CRESCE

Além da diminuição da poluição atmosférica, por ser uma energia renovável, o biodiesel é considerado ótimo lubrificante, podendo inclusive aumentar a vida útil do motor, e ainda apresenta baixo risco de explosão. “O biodiesel puro diminui as emissões de monóxido de carbono (CO) em 48%; as de óxido de enxofre (SOx), causadores da chuva ácida, em 100%, e fumaça preta (material particulado que causa problemas respiratórios) em 47%. A viabilidade do uso direto foi comprovada na avaliação dos componentes do motor, que não apresentou qualquer tipo de resíduo que comprometesse o desempenho”, esclarece Max.

Com todas essas vantagens, aliadas ao conseqüente desenvolvimento agrário de quem produz as matérias-primas, o mercado de biodiesel é um grande expoente e ainda tem muito espaço para crescer – aumentando as exportações como aditivo de baixo conteúdo de enxofre e influenciando na participação de outros segmentos, como o de filtros. “Ainda estamos pesquisando sobre o mercado brasileiro e suas oportunidades, mas acreditamos que com o maior grau de automação demandada e pela necessidade de processos com menos resíduos e maior qualidade - tanto dos insumos que entram no processo, como no produto final -, encontraremos nosso espaço dentro deste mercado”, explica Cristobal, da MAHLE Filtroil.

Embora a transesterificação seja o processo mais utilizado, o Governo diz que haverá cada vez mais estímulos para o desenvolvimento tecnológico na área do biodiesel. Consequentemente, mais filtros a serem aplicados nesse processo. A maré é boa, agora é só continuar se atualizando e participar cada vez mais desse nicho que só cresce (Udop, Revista Meio Filtrante, 30/10/08)

PROPOSTA INSTITUI SISTEMA NACIONAL DE REDUÇÃO DE EMISSÕES DE CARBONO

Podem ser beneficiadas áreas em assentamentos e em terras indígenas

 

A Câmara analisa o PL 195/11, da deputada Rebecca Garcia (PP-AM), que institui o sistema nacional de redução de emissões por desmatamento e degradação, conservação, manejo florestal sustentável, manutenção e aumento dos estoques de carbono florestal (REDD+).

Na prática, o sistema REDD+ vai criar uma espécie de mercado de carbono interno, que pode gerar créditos para a obtenção de financiamentos, ou gerar certificados para serem usados na compensação de emissões de gases de efeito estufa no território nacional ou em outros países.

 

O sistema nacional REDD+ contempla:

 

- a redução das emissões de gases de efeito estufa provenientes do desmatamento e da degradação florestal;

- a manutenção e aumento dos estoques de carbono das florestas nativas;

- o manejo e o desenvolvimento florestais sustentáveis;

- a valoração de produtos e serviços ambientais relacionados ao carbono florestal; e

- o reconhecimento e a repartição dos benefícios decorrentes da implementação do sistema.

 

Áreas florestais

 

A proposta considera como possíveis beneficiadas pelas políticas, programas e projetos de REDD+, individual ou conjuntamente, áreas florestais em:

 

-  terras indígenas;

- unidades de conservação legalmente instituídas no âmbito dos sistemas nacional, estaduais ou municipais de unidades de conservação;

- áreas legitimamente ocupadas por populações tradicionais, no interior ou fora de unidades de conservação e outras áreas públicas;

- territórios quilombolas;

- assentamentos rurais da reforma agrária;

- propriedades privadas, incluindo as áreas de reserva legal, preservação permanente (APPs) e servidão florestal, previstas na Lei 4.771/65, e de servidão ambiental, de que trata a Lei 6.938/981, conforme disposto em regulamento; e - outros imóveis de domínio da União, de estados ou de municípios.

 

Financiamento

 

O sistema REDD+ poderá ser financiado por fundos nacionais como o de Mudança do Clima; o da Amazônia; o do Meio Ambiente; e de Desenvolvimento Florestal.

- Os recursos também podem ser provenientes de acordos bilaterais ou multilaterais sobre clima; acordos decorrentes de ajustes, contratos de gestão e convênios celebrados com órgãos e entidades da administração pública federal, estadual ou municipal; doações; comercialização de créditos de carbono e, ainda, verbas do Orçamento da União ou privadas.

 

Estados e municípios

 

A participação de estados e municípios no sistema é condicionada, entre outros pontos: - à existência de lei local para a redução das emissões por desmatamento e degradação florestal;

- à manutenção e ao aumento do estoque de carbono florestal;

- à implementação de políticas e medidas de controle do desmatamento e efetiva redução de emissões; e - à existência de metas de redução de desmatamento e degradação florestal compatíveis com as metas nacionais.

 

A proposta prevê, ainda, um sistema nacional de registro, de forma a evitar dupla contabilidade de reduções de emissões.

 

Respeito

 

O projeto estabelece que o sistema nacional será implementado em consonância com a Política Nacional de Mudança do Clima (Lei 12.187/09) e obedecerá a princípios como o respeito aos conhecimentos, direitos e modo de vida dos povos indígenas, populações tradicionais e agricultores familiares e à compatibilidade das ações de REDD+ com a proteção e conservação dos ecossistemas naturais, dos serviços ambientais e da diversidade biológica.

 

Segundo Rebecca Garcia, "a proposta reconhece os atores envolvidos nos programas e projetos de REDD+ e dá diretrizes para a repartição de benefícios, valorizando o papel das populações tradicionais e comunidades indígenas, entre outros, na preservação dos ecossistemas naturais".

Projeto de teor semelhante (PL 5586/09, do ex-deputado Lupércio Ramos) chegou a ser aprovado por duas comissões permanentes (Meio Ambiente e Agricultura), mas foi arquivado ao final da última legislatura.

 

Tramitação

 

A proposta tramitará em caráter conclusivo nas comissões de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

 

Íntegra da proposta:

 

Reportagem - Rachel Librelon - Edição - Newton Araújo

Fonte: 'Agência Câmara de Notícias'

 

2 de abr. de 2011

CONVITE IMPERDÍVEL !! MAIOR EVENTO DOS MERCADOS DE CARBNO DAS AMERICAS - ENTRADA COM PREÇO SUBSIDIADO - CARBON MARKET AMERICAS - SÃO PAULO -

CONVITE IMPERDÍVEL PARA PARTICIPAR DO CARBON MARKET AMERICAS 2011 - DIAS O4 A 07 DE ABRIL DE 2011

 

Gente, ainda dá tempo de se inscrever e ir à São Paulo, participar e assistir ao maior evento dos mercados de carbono das Américas e onde se reúnem os melhores profissionais,  as empresas financiadoras, consultorias e desenvolvedores.

 

, ainda existem alguns passes, basta me enviar um email com nome, dados de contato e projeto.

 

REAFIRMAMOS MAIS UMA VEZ A TODOS QUE ESTAMOS DANDO ALTA PRIORIDADE A DESENVOLVEDORES, PREFEITOS, DEPUTADOS, SECRETÁRIOS, GESTORES DE ENTIDADES PUBLICAS. TAMBEM ESTUDANTES  E PESQUISADORES QUE NÃO PODEM PAGAR A ENTRADA.

 

Valor real da entrada US$ 1.200 (Para os 4 dias)

Valor dos indicados: US$ 99

Economia: US$ 1.111

 

As grandes empresas e consultorias são muitíssimo bem vindas, mas a  intenção é contribuir para uma maior difusão de projetos que estão sendo implementados no Brasil e por empreendedores/pesquisadores brasileiros.

 

Como estão  previstos debates, espera-se que haja uma rica troca de idéias e boas possibilidades de novos negócios, parcerias e alianças. A orientação é promover possibilidades de projetos de desenvolvimento sustentável regional  que tenham ênfase em geração de emprego e renda e iniciativas socio-ambientais.

 

LOCAL:

Blue Tree Premium Faria Lima

Avenida Brigadeiro Faria Lima, 3989

Vila Olímpia - CEP: 04538-133, São Paulo - SP

Tel.: 55 (11) 38967544 • Fax: 55 (11) 38967545

Acomodação: Membros inscritos receberão opções de hotel e formulários para reserva

 

CONDIÇÕES

 

Tenho poucos passes e a participação do  desenvolvedor / empreendedor será de apenas US$ 99.

 

A  única obrigatoriedade será estar direta ou indiretamente envolvido(a) em um projeto de MDL que pode estar em fase inicial, em fase de implementação ou já concluindo e  preferencialmente com metodologia(s) / tecnologia(s) inovadora(s) e ou que estejam precisando mais visibilidade.

 

NOVIDADE DO ANO:

 

Este ano vão haver consultores à disposição para assessorar projetos em andamento ou iniciantes, conforme o programa enviado em anexo.

 

Serão debatidos  vários pontos considerados estratégicos, focando a discussão de idéias e  buscando novos mercados e soluções eficazes voltadas predominantemente para energia limpa, tais como:

 

Eficiência energética; biomassa; REDD, novas tecnologias, Fontes de Financiamento de projetos, políticas publicas, iniciativa privada e as tendências do mercado de carbono.

Também serão debatidos temas importantes tais como as questões e restrições legais destes projetos, estudos de casos reais e de sucesso e muito mais. Vejam o programa completo em anexo!

 

Os interessados em participar devem me enviar COM GRANDE URGÊNCIA, um email com:

 

- Nome completo;

 - Breve currículo (máximo 5 linhas) incluindo, se for o caso, a qual entidade de ensino e pesquisa que estaria vinculado(a);

- Descrição do projeto em que está  envolvido(a). (máximo 5 linhas);

- Dados de contatos completos  (telefones, email, skpe, msn)

 

- Um email de confirmação será enviado ate 2ª (4/4/2011 ) de manha.

 

Caso não dê tempo ainda poderão fazer contato por telefone e ou preferencialmente  celular ate 2a de manha. Caso ainda hajam vagas inscreverei na hora. Obrigada pela sua atenção. Aguardo seu breve contato.

 

Obrigada por sua atenção e aguardo breve contato.

Abraços fraternais.

 

Denise de Mattos Gaudard

 

Instituto Internacional para el Desarrollo Local (IIDEL) - PERU

Consultoria Socioambiental

55(21) 2246-7255 /55(21) 8875-882

denisedemattos@gmail.com.br

Skpe:denisedemattos  Msn:denisedematos@hotmail.com