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31 de mai. de 2010

Biodiesel abastecerá frota municipal de Apucarana

Profissionais da UTFPR serão parceiros na iniciativa

Pastel, batata frita, coxinha, bolinho de bacalhau, croquetes... Estes são apenas alguns dos petiscos do cardápio brasileiro que costumam ser fritos em óleo. Depois de utilizado, o resíduo, na maioria das vezes, é jogado no ralo, terra ou lixo comum. O que muita gente não sabe, entretanto, é que este mesmo óleo de cozinha, de proporções tão poluentes, pode ser utilizado para a produção de biodiesel.
É o que a Prefeitura de Apucarana pretende fazer no município. Na primeira reportagem da Tribuna do Norte em uma série de matérias sobre o Meio Ambiente, o secretário Municipal de Meio Ambiente e Turismo, João Batista Beltrame, relata como a cidade tentará minimizar de forma sustentável os estragos provocados pelo óleo de fritura na natureza. “Como se trata de um resíduo que pode contaminar os lençóis freáticos, a solução é transformá-lo em energia, em biocombustível”, define.
A proposta, segundo o secretário, é inédita no Vale do Ivaí. Todo o trabalho para a produção do biodiesel em Apucarana será desenvolvido através de uma parceria entre a Prefeitura, Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e a indústria Quimicamil. A formalização do convênio entre as instituições deve ocorrer durante a programação da Semana do Meio Ambiente, que começa amanhã e vai até o dia 6 de junho no município.
“A universidade entrará o suporte técnico, com uma linha de pesquisa, enquanto a empresa com os equipamentos e a Prefeitura com a logística necessária para conseguir o óleo de cozinha”, explica Beltrame.
A idéia, conforme ele, é implantar nos próximos dias cerca de 50 ecopontos de coleta de óleo de fritura na cidade. A intenção é que em agosto sejam produzidos os primeiros litros de biodiesel. O combustível será dividido entre os parceiros, sendo que a Prefeitura deverá usar sua parte na frota de veículos municipais. Não será necessário adaptar os motores.
“A produção dependerá de como será a coleta. Como nossa frota usa em torno de 30 mil litros de diesel por mês, pretendemos chegar a cerca de 8 mil ou 10 mil litros mensais de biodiesel. Será um processo de aperfeiçoamento, com um projeto sério e inovador”, analisa o secretário.


Matéria-prima barata


Considerado um combustível biodegradável, o biodiesel é obtido através da reação química de óleos ou gorduras (vegetais ou animais) com um álcool, na presença de um catalisador. Esta mistura pode substituir total ou parcialmente o óleo diesel de petróleo utilizado em motores automotivos.
A engenheira química Lisandra Ferreira de Lima, doutora na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), campus de Apucarana, explica que a transformação do óleo de fritura em biocombustível é benéfica ao meio ambiente. “O fator socioambiental é muito forte, uma vez que cada litro de oléo de cozinha pode poluir a água que uma pessoa vai usar por 14 anos. Além disso, o biodiesel acaba emitindo menos gases poluentes do que o diesel”, salienta.
Trata-se, segundo o químico da UFTPR Edmilson Antônio Canesin, de uma matéria-prima barata. “Economicamente falando, a produção também é viável. É mais um resíduo que deixará de ir para o ralo” aponta o mestre.
Ele, Lisandra e o engenheiro químico Gylles Ricardo Ströher já vem desenvolvendo na universidade uma linha de pesquisa voltada ao biodiesel obtido com óleo de fritura. Os trabalhos tiveram início há cerca de oito meses e os primeiros litros do bicombustível foram produzidos neste ano. (A.L.)


Glicerina para sabão


A redução da poluição ambiental ocasionada pelo óleo de fritura é vista como uma das maiores vantagens da transformação do resíduo em biocombustível, segundo o químico Márcio Raimundo. Envolvido no projeto da Prefeitura, ele também deu início a experiências voltadas ao biodiesel no âmbito acadêmico.
“Tudo partiu de um projeto piloto com alunos do Colégio São José. Os pais ajudavam, levando óleos

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